Cobertura Rio2C 2023 | A importância dos estudos futuros para mobilizar o mundo em direção ao futuro que desejamos

Entre os dias 11 e 16 de abril ocorreu a edição de 2023 do Rio2C, que reuniu grandes nomes das indústrias criativa e de entretenimento. Com foco em inovação, tecnologia e diversidade, o Rio2C oferece uma plataforma única para os participantes se conectarem, compartilharem ideias e aprenderem uns com os outros. O evento deste ano apresentou uma ampla gama de painéis, oficinas e palestrantes, além de um dia inteiro de Summits, abordando temas que falavam desde esportes até cripto economia.   

O time do Innovation Studio de Future Hacking da Compass UOL esteve presente no evento e produziu uma série de conteúdos a respeito das discussões que acompanharam durante os seis dias de intensa programação do maior encontro de criatividade da América Latina. Para encerrar a série, a última publicação tem um quê de “bis”, trazendo mais detalhes sobre a palestra do futurista Brett King – intitulada “A ascensão do Tecnossocialismo: como a desigualdade, a inteligência artificial e o clima irão mudar o mundo”. A primeira publicação sobre esta palestra você pode conferir neste link.

Enquanto as mudanças climáticas, a desigualdade social, a inteligência artificial e o surgimento de novas pandemias foram apontadas por King como principais impulsionadores da incerteza econômica para os próximos anos, outros fatores, derivados destes, também poderão trazer grandes impactos e mudanças para o mundo, alterando a compreensão e o funcionamento da sociedade como conhecemos atualmente. Entre os exemplos trazidos pelo futurista, estão: eco-refugiados; regulamentações globais; economias inteligentes; e desdolarização. Além disso, King também mencionou termos mais popularizados, como machine learning e cidades inteligentes, resgatando o protagonismo destes movimentos no elenco dos grandes intermediários das próximas décadas.   

Ao mesmo tempo em que são produtos dos impulsionadores, estes movimentos acabam por também retroalimentá-los (e retroalimentar a si mesmos), estando interligados e compondo, assim, um complexo e interminável ecossistema de causa e efeito. Por isso, a seguir, tais movimentos serão elencados em tópicos que apresentam uma costura narrativa sobre suas influências ou interferências entre si. É importante ressaltar, no entanto, que, embora estas narrativas não definam os movimentos nem suas ligações por completo, exemplificam como funciona parte do mindset dos estudos futuros.
 

[Campo: Fenômenos sociais]

  • Impulsionador: Mudanças climáticas  >> Impulsionado: Eco-refugiados Tendo em vista que a intensificação das mudanças climáticas acarretará catástrofes naturais cada vez mais reincidentes em todo o mundo, regiões inteiras podem ser devastadas e se tornar inabitáveis, obrigando que suas populações locais as abandonem. Este cenário pode dar origem a uma nova categoria de emigração forçada em massa, por todo o globo – para meados da década de 2050, são estimadas de 300 milhões a 1,6 bilhão de pessoas em situação de ‘eco-refúgio’, segundo King.  

  

[Campo: Relações internacionais e legislações]  

  • Impulsionador: Inteligência artificial >> Impulsionado: Regulamentações globais A inteligência artificial se tornou de interesse, preocupação e usufruto de todas as nações. À medida que uma tecnologia tão poderosa, independente e com tamanha capacidade de unificação e armazenamento de dados se pulveriza em diferentes locais e culturas, é inevitável que, para além dos benefícios, as problemáticas vivenciadas também sejam, frequentemente, bastante similares para todos. Desse modo, a tendência é que sua utilização e consequente expansão desencadeiem a necessidade de criação de políticas públicas e regulamentações em comum entre os países. Brett King cita a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) como um esboço inicial do que estaria por vir.
     

[Campo: Sistemas econômicos]  

  • Impulsionador: Inteligência artificial + Blockchain >> Impulsionado: Dedolarização  Com o avanço da criptoeconomia e das finanças descentralizadas, sobretudo dos contratos inteligentes – todos originados a partir da blockchain – o esperado é que transações internacionais diretas sejam facilitadas, tornando desnecessária a utilização do dólar como moeda intermediária e diminuindo sua soberania como moeda global.
     

[Campo: Tecnologias] 

  • Impulsionador: Inteligência artificial + Mudanças climáticas >> Impulsionado: Cidades inteligentesO conceito de cidades inteligentes (ou ‘smart cities’) se refere à cidades que implementam políticas públicas atreladas a tecnologias modernas, com foco em melhorar a eficiência dos serviços urbanos e a qualidade de vida da população local. Dadas as urgências relacionadas às mudanças climáticas, um dos principais focos tem sido em soluções de redução de danos ao meio-ambiente, promovendo o uso eficiente dos recursos naturais, reduzindo a emissão de poluentes, incentivando o transporte sustentável e a reciclagem de materiais, entre outros. Foram citados pelo futurista como decorrência deste movimento: redes de abastecimento descentralizadas, captura de carbono, e energia geotérmica. 

 

De fato, o século XXI desafiará as ideologias mais “imaculadas” em torno da política, economia e construções sociais, podendo ser o período mais controverso da humanidade até então. Para alcançarmos um futuro seguro e mais justo, King acredita que o melhor caminho seria aquele no qual a humanidade se une por objetivos e propósitos coletivos, dando vida ao que chama de Tecnossocialismo. Segundo o futurista, que em 2020 também lançou seu livro “The Rise of Technosocialism”, esta filosofia não se trata do socialismo clássico ou de trabalhadores possuírem os meios de produção, mas de cidadãos donos da economia. Isto é, a proposta do Tecnolossocialismo é que a economia seja pautada prioritariamente nas necessidades dos cidadãos, em vez das necessidades corporativas ou do mercado. “Se não projetarmos um futuro em que essas tecnologias e avanços beneficiem toda a humanidade, esses problemas continuarão a piorar. Então quero deixar vocês com estas reflexões hoje. Podemos escolher o futuro que queremos e o futuro que nossos filhos, netos e descendentes terão”, concluiu King.   

Confira os demais textos sobre a cobertura do Rio2C pelo time de Future Hacking da Compass UOL:

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