Baixo para Cima + Cima para Baixo = Contexto (Aprendizagem)

A aprendizagem acontece de duas maneiras:
Um processo que ocorre de “baixo para cima”, onde são construídos blocos de compreensão a partir da prática deliberada e repetição. E um outro processo de “cima para baixo” o que refere a uma visão global sobre o conteúdo, que nos permite observar onde o que estamos aprendendo se encaixa.

A compreensão do contexto ocorre quando ambos os processos (baixo para cima e cima para baixo) se encontram. E é neste momento em que sabemos quando ou onde utilizar determinada técnica ao invés de outra.

Image from Learning How do Learn by Dr. Barbara Oakley

Dois princípios que eu adoto quando estou aprendendo algo novo, são:

  • Entender a ideia básica do assunto: O que é isso? Como isso funciona? Qual a finalidade disso? Quem opera, quem o transforma?

O País das Maravilhas

Quando estamos estudando assuntos abstratos, como matemática, física e ciências em geral, umas das coisas mais importantes que podemos fazer é dar vida às ideias abstratas e inanimadas.

Imagine as equações algébricas, as operações aritméticas, funções de primeiro/segundo grau, como seres vivos. Com sentimentos, com propósitos, com personalidades. Alguns gentis e amigáveis, outros mais rabugentos e antipáticos, mas que quanto mais você se aproxima deles, acaba descobrindo que no fundo são dóceis e incompreendidos.

Santiago Ramón y Cajal, considerado o pai da neurociência, imaginava em sua mente, as cenas microscópicas que ele observava como se elas fossem criaturas vivas que possuíam esperanças, sonhos e sentimentos.
Einstein revolucionou a física duas vezes em sua escrivaninha. Não pela sua habilidade de fazer cálculos matemáticos, mas sim pela sua incrível capacidade de fazer de conta.

O físico Richard Feynman, era conhecido pela sua capacidade de encontrar explicações simples para conteúdos complexos, através de analogias e metáforas. Ele desenvolveu o Método Feynman.

Muito antes de Feynman, o lendário Charles Robert Darwin, fazia a mesma coisa. Ele imaginava alguém entrando em sua sala, então ele começava a explicar os conceitos estudados da maneira mais simples possível, como se estivesse explicando para uma criança. Nas palavras de Da Vinci: A simplicidade é o último grau de sofisticação.

A geneticista Barbara McClintock, imaginava estruturas gigantescas dos elementos moleculares com que ela trabalhava, essas versões estruturais só existiam em sua imaginação, ao passo que ela mesma se tornou amiga deles.

O que são blocos de compreensão?
Pense em diversos pacotinhos em sua mente, no qual cada pacotinho é preenchido com informações relacionadas ao mesmo assunto. Ou seja, cada pacotinho agrega dentro de si, informações reunidas pelo mesmo significado: Há um pacotinho para equações algébricas, um pacotinho sobre anatomia de um órgão humano, um pacotinho sobre regras do futebol e assim por diante. E para o nosso cérebro, cada pacotinho representa uma rede de neurônios interligados, que disparam juntos, quando estamos recuperando alguma informação de dentro de um desses pacotinhos. E que crescem conforme novas informações são relacionadas.

O que é a prática deliberada?
Uma das melhores definições do que é a prática deliberada, encontrei nas palavras do Fábio Akita: “Esta prática constitui em um esforço de foco e concentração. Continuamente procurando exatamente os elementos de performance que são não satisfatórios e então forçando a melhoria específica destes elementos”. Ou seja, praticando conscientemente em cima daquilo que se tem maior dificuldade.

A prática deliberada exige um empenho do indivíduo em algo que ele não sabe fazer muito bem, ou sequer sabe fazer. Em linhas gerais, é a prática consciente e não automatizada, das partes que compõem uma tarefa, principalmente, naquilo que não se tem o domínio.

Conclusão

Domine primeiro os fundamentos básicos e parta direto para a prática. Atribua significados aos materiais de estudos, ferramentas como analogias e metáforas são grandes aliadas para isto. Nosso cérebro ama relacionar informações, este processo de relacionar chama-se “Elaboração”. Cultive sempre seu aprendizado, pois o aprendizado contínuo manterá fértil o terreno em seu cérebro, para receber novos conhecimentos. E então, use a prática deliberada como parte fundamental de sua rotina de estudos, pesquisas indicam que treinar e praticar em cima do conteúdo que já é de seu domínio, não resultará em um domínio maior, só o fará gastar tempo. Sendo assim, aumente o nível de dificuldade a cada repetição.

Referência

Oakley, Barbara. Aprendendo a Aprender — Vá com calma. Página 12. Diferentes modos de pensamento.

Fontes: Medium

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