Quando falamos sobre maturidade, apresenta-se uma convenção em agilidade, em que afirma maturidade como algo emergente ao papel individual. Então, para um grupo de indivíduos, podemos afirmar que maturidade é uma soma relativa dos papéis individuais, onde consistência é peça chave para medir e promover níveis de maturidade. 

Sob a perspectiva de experiência do usuário (UX), maturidade é observada de modo semelhante à agilidade. Após coletar e relacionar dados de grupos de indivíduos, Nielsen Norman Group (2021) identificou padrões de maturidade e produziu um artefato chamado “Os seis níveis de maturidade de UX”, onde os níveis podem variar de “Ausente” a “Orientado pelo usuário”, sendo este último, em termos de comparação, um nível sinônimo a maturidade orientada a dados. 

A busca por um alto nível de maturidade de UX significa também estar cada vez mais próximo de um design centrado no usuário, ou em outras palavras, uma abordagem centrada no ser humano. Abaixo estão alguns benefícios substanciais que essa abordagem pode trazer aos negócios: 

• Possibilita um prêmio maior por produtos e sistemas bem projetados. 
• Reduz ou dispensa custos de treinamento e suporte, quando os usuários entendem e podem usar produtos sem assistência adicional. 
• Aumenta a produtividade dos usuários e a eficiência operacional das organizações. 
• Reduz o risco de o produto não atender aos requisitos das partes interessadas ou ser rejeitado por seus usuários. 
• Melhora a identificação e definição de requisitos funcionais. 
• Proporciona uma vantagem competitiva, por exemplo, melhorando a imagem da marca. 
• Melhora a experiência do usuário.

“Os seis níveis de maturidade de UX” são transparentes e estratégicos, ou seja, são passíveis de diagnóstico através da inspeção, e tratamento através da adaptação. Geralmente os níveis revelam os principais obstáculos que são experimentados atualmente pela organização, sendo assim, podem mostrar onde concentrar esforços na busca para progredir ou eventualmente manter um alto nível. 

Sinais que podem ajudar a diagnosticar um baixo nível de maturidade no grupo ou organização: 

• Não são realizadas atividades como pesquisas de campo ou descobertas. 
• Testes de usabilidade com protótipos são tardios e por vezes não ocorrem. 
• Pessoas responsáveis pela área de UX não são convidadas para reuniões desde as rodadas iniciais. 
• É necessário explicar aos envolvidos a diferença entre design visual e design de interação. 
• Quando uma ou duas pessoas são peças-chave para o sucesso do UX. 

Profissionais de UX exercem um papel importante a cargo da própria natureza da ocupação, e também possuem a oportunidade de um papel ainda mais importante quando o assunto é a maturidade de UX do grupo ao qual está inserido, principalmente em organizações que apresentam sinais de um baixo nível de maturidade. Neste caso, torna-se fundamental a iniciativa do profissional em identificar o nível que está sendo ocupado por este grupo, e propor as alternativas adequadas ao contexto e momento de maturidade da organização. 

Reconhecer um nível de maturidade de UX é avaliar pontos fortes e fracos, a fim de medir o desejo e a capacidade de entregar valor através de um design centrado no usuário. Determinar com exatidão o nível que é ocupado abre uma janela de possibilidades práticas para obtenção de respostas aos problemas, de modo a progredir ou manter um nível de maturidade de maneira sustentável e consistente sem deixá-lo cair. 

**As opiniões aqui colocadas refletem a minha opinião pessoal e não necessariamente a opinião da Compass UOL.