Visões futuras para um Brasil sustentável e inovador com IA

No dia 28 de maio de 2024, participei de um evento no escritório da Compass UOL em São Paulo que reuniu especialistas de diversas áreas do conhecimento para discutir o futuro da inteligência artificial (IA) no Brasil.  

Organizado pelo time de Future Hacking da Compass UOL em parceria com o Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), o workshop foi conduzido por Freyja Van Den Boom, PhD e Research Fellow do CNRS@CREATE, de Singapura. O evento teve como objetivo engajar os participantes em um processo de futures thinking e design especulativo, explorando as implicações éticas, sociais e culturais da IA na sociedade brasileira do futuro. 

Durante o encontro, levantamos possibilidades e riscos associados ao uso futuro da IA e as atividades propostas geraram espaço de reflexão pessoal e coletiva sobre as diversas percepções da IA.  

 

Sobre o workshop 

Vídeo produzido pelos participantes do workshop contendo imagens inspiradas nas discussões. Imagens produzidas com apoio de IA. Créditos: Eduardo Uzae 

 

A facilitadora Freyja dividiu os participantes em grupos para criar visões de futuros desejáveis para o Brasil em 2045. As discussões resultaram em cenários que consideravam:  

  • a inclusão da voz da natureza como tomadora de decisão no futuro 
  • novas formas de medir a riqueza do país além do crescimento econômico 
  • a transformação de espaços urbanos em áreas verdes somada à utilização de tecnologias emergentes para promoção de resiliência climática 
  • a inclusão de grupos politicamente minorizados nas decisões 

 

As reflexões destacaram a relevância da equidade social e responsabilidade ambiental no contexto brasileiro. 


Artefato de futuros produzido pelos participantes do workshop. A imagem representa um jornal do ano de 2045, em que se lê a manchete Natureza fala: Brasil adota IA com saberes ancestrais para apoiar decisões governamentais”. 

 

Cenários futuros 

Os cenários de futuros para 2045 apresentados durante o workshop foram visualmente representados em uma matriz considerando duas dimensões: reatividade versus proatividade ambiental e adoção incremental versus transformativa da IA.  

  1. Tech-Lag Tropics: o Brasil adota IA em algumas indústrias, mas fica atrás dos líderes globais. Políticas ambientais são reativas, abordando problemas após sua ocorrência. 
  2. Green Stewards: o Brasil é conhecido por suas práticas sustentáveis e integra IA na gestão ambiental, mas não é líder em inovação em IA. 
  3. Silicon Cerrado: o Brasil se torna um hub de IA, mas enfrenta degradação ambiental severa devido à falta de governança antecipatória em conservação ecológica. 
  4. Eco-Cyber Oasis: o Brasil atinge um equilíbrio entre avanço tecnológico e sustentabilidade, com a IA desempenhando um papel crucial na gestão e proteção dos recursos naturais. 

Matriz de Cenários. Créditos: Freyja Van Den Boom, PhD. 

Após o workshop, criamos um grupo com os participantes para dar continuidade às discussões e à produção de materiais baseados nas visões de futuros, garantindo que as ideias exploradas continuem a evoluir e a impactar positivamente nossos trabalhos e a sociedade.  

 

Conectando tecnologia e responsabilidade socioambiental 

No Innovation Studio de Future Hacking, diariamente exploramos as aplicações e implicações das tecnologias emergentes no contexto organizacional. Desenvolvemos estudos para clientes de diversos setores, abordando desde a transformação do atendimento ao cliente até a otimização de processos e a revisão do posicionamento estratégico para geração de valor no presente e no futuro. Em cada uma dessas camadas, a literacia em IA têm se revelado essencial, pois permite que as empresas façam uso da tecnologia de forma eficaz, criando uma sinergia produtiva e saudável entre humanos e máquinas.  

A partir dessa percepção, o processo de literacia em IA deve ir além da compressão dos avanços tecnológicos e suas possibilidades, englobando também uma transformação cultural guiada pelo compromisso com a ética e a responsabilidade socioambiental no uso da IA e dos dados. E, ao imaginar futuros desejáveis para a IA no Brasil, torna-se cada vez mais evidente a importância de colocar a vida (natureza e pessoas) no centro desse processo.   

Um exemplo inspirador é a mobilização de recursos tecnológicos para apoiar a reconstrução do Rio Grande do Sul após as recentes tragédias causadas pelas enchentes. Iniciativas como a AI Climate Coalition, liderada pelo AI/R Group, e diversas outras ações observadas em todo o país, demonstram como a tecnologia pode ser uma poderosa aliada na promoção do bem-estar social e na construção de um futuro mais resiliente e sustentável.

As discussões do workshop reforçaram também a relevância dos fatores culturais ao abordar desafios tecnológicos e identificar novas oportunidades. O encontro trouxe luz para a necessidade de uma visão holística e inclusiva, preparando o terreno para ações concretas que poderão moldar um Brasil equitativo, sustentável e inovador, aproveitando as oportunidades geradas pela inteligência artificial. 

 

*As opiniões aqui colocadas refletem minha opinião pessoal e não necessariamente a opinião da Compass UOL.  

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