Na contramão do restante do mundo, o Brasil continua registrando índices assustadores de perdas no varejo. De acordo com o Barômetro Global do Furto no Varejo, realizado pelo The Smart Cube, as perdas vêm decrescendo em países da Europa e dos EUA, com o passar dos anos – em 2012, elas foram de 1,36% e em 2014, o número baixou para 1,23%.
Entretanto, aqui no Brasil, uma pesquisa do Ibevar (Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo & Mercado de Consumo) apontou que os índices de perdas não param de subir, batendo a marca de 2,89% em 2016.
Uma das razões é atribuída à cultura de prevenção, disseminada somente entre as empresas de grande porte. E ainda assim, aquelas que conseguem obter redução da perda, passam a considerar que já não possuem mais o problema e deixam de investir em procedimentos de prevenção.
Além disso, o índice de perdas histórico no Brasil justifica-se porque mesmo com a profissionalização dos últimos anos, a maior parte do varejo ainda não despertou para a importância de contar com uma área estratégica de proteção às perdas.
Principais causas de perdas nos supermercados
Fonte: Ibevar (Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo & Mercado de Consumo)
Evolução do processamento de imagens
Todos os recursos disponíveis para as companhias de varejo no exterior estão também à disposição das organizações brasileiras. Recentemente, o processamento de imagens que já era utilizado para a prevenção de perdas no varejo ganhou mais valor agregado, com a utilização da plataforma de IoT. É o chamados vídeo-analytics.
Estas soluções que chegaram há pouco tempo no país, trazendo consigo ganhos decorrentes da inteligência embarcada, e a partir de regras de negócio bem definidas, reduzem o risco de erros humanos e aumentam a probabilidade de acerto nas decisões.
Tradicionalmente, o setor já optava pelas imagens capturadas pelas câmeras de CFTV, transmitidas e monitoradas, em tempo real, e gravadas para permitir a sua utilização em momento posterior.
Esta prática ganhou inteligência com as soluções de Video-Analytics, plenamente capazes de mapear um ser humano e individualizar essa pessoa. Isso pode ser feito sem que seja necessário usar dispositivos móveis, mas sim a partir da análise das imagens em vídeo do indivíduo.
Para dar um exemplo real do que é possível fazer, as soluções de vídeo-analytics podem ser capazes de detectar o número de carros que passam numa estrada e, ao mesmo tempo, calcular estatísticas organizadas por cor, modelo e placa dos veículos monitorados. Em alguns casos, será a tecnologia RFID que irá identificar as características dos carros em questão. Traga isso para a realidade do varejo e imagine a aplicabilidade desta solução!
É possível identificar as pessoas, individualizá-las, definir sexo, idade estimada, estado de humor e, a partir daí, cruzar esses dados com o perfil da pessoa nas redes sociais e passar a acompanhar o comportamento, onde quer que ela esteja. Este sensor de pessoas era, no passado, definido pelo aparelho móvel do usuário, fosse o celular, o tablet, etc.
As tecnologias disponíveis atualmente em CFTV permitem um grande suporte nos processos de segurança de empresas de todos os setores, possibilitando também a redução de custos, dos índices de perdas, com a substituição parcial, e em alguns casos, total, da presença do elemento humano em muitas áreas.
A Internet das Coisas como aliada na prevenção de perdas
De acordo com o IDC, os projetos de IoT vão movimentar US$ 8 bilhões no Brasil em 2018, um crescimento de mais de 14% na comparação com 2017. As iniciativas das empresas vão representar a maior parte dos recursos aplicados, impulsionadas, principalmente pelo Plano Nacional de Internet das Coisas.
À medida que a oportunidade no setor de IoT continua a aumentar, empresas de todo o mundo procuram uma maneira de colocar seus projetos em prática, afinal, a fase de descoberta acabou e a implantação está a caminho.
Por isso, esteja atento às novidades e as utilize em seu favor, afinal, as perdas não podem continuar a crescer.