Você já parou para pensar sobre como a sua forma de trabalhar impacta na entrega das pessoas e dos times ao lado? Creio que muitas vezes vivemos no automático, focados nas atividades, prazos e metas e não refletirmos sobre o contexto todo em que estamos inseridos. Ocorre que, na maioria das vezes, para uma entrega acontecer muitas pessoas e times distintos estão envolvidos.
Para melhor entendimento, tomemos como exemplo um processo de recrutamento e seleção. As etapas englobam atrair, selecionar e seguir no objetivo final, que é contratar. Esse fluxo é constituído por diferentes áreas que convergem para um mesmo objetivo. Desta forma, mesmo que todo o processo de seleção seja de governança do time de Talent Acquisition, é necessário que diversas outras áreas e stakeholders compartilhem informações para que a seleção ocorra com sucesso.
O exemplo acima ilustra o cenário de uma entrega que se faz em conjunto. E, ao pensar em uma entrega conjunta, costumo ter em mente que cada setor faz parte de uma engrenagem e que, quando se somam, fazem a máquina funcionar. Mas, quando uma engrenagem não anda em consonância com a outra, a máquina não funcionará de forma adequada e haverá um problema a ser resolvido.
Esse mesmo problema ocorre quando as equipes não andam no mesmo passo. Neste caso, é provável que haverá uma entrega não realizada no prazo, e que resultará em retrabalho. Vejo que a diferença está em equipes que, mesmo atuando em áreas diferentes, incorporam no seu dia a dia o objetivo comum. Seguindo no nosso exemplo, quando isso ocorre, temos entregas de sucesso a cada etapa do processo de seleção.
Alinhando objetivos
Como podemos incorporar no dia a dia o objetivo comum? Entendo que quando nos damos conta de que nosso trabalho impacta as demais pessoas e vice e versa, temos a possibilidade de olhar para nosso processo com mais atenção, mensurar como está sendo a qualidade da entrega, compreender as dores do outro e promover melhorias.
Nesse sentido, é importante sempre estar atento ao contexto em que se está envolvido: busque o entendimento do processo como um todo, procure saber o porquê determinada atividade precisa ser realizada de determinada forma e no que cada tarefa impacta (sua ou das demais pessoas). Essa visão global permite entender como cada peça se encaixa para que o objetivo final seja atendido. Por isso, questione seus pares e busque os caminhos para ter a informação necessária.
Além disso, invista sempre em comunicação constante e assertiva com os colegas e times parceiros. Lembre-se sempre que: essa comunicação (seja ela por chat, e-mail, presencial ou vídeo) deve ser respeitosa e empática, pois isso inspirará confiança, abertura para sinalização de problemas, além de cooperação entre os envolvidos, favorecendo um ambiente de trabalho seguro e que impacta positivamente nas entregas que precisam ser realizadas.
Mas quando uma entrega não vai bem, o que é possível fazer? Procure entender se os responsáveis estão cientes das suas responsabilidades, possuem a informação pertinente e estão de acordo com os prazos e tarefas a cumprir. Caso encontre divergência, negocie formas viáveis para que possam atingir o objetivo. Também garanta que todos sejam envolvidos na resolução de problemas e em possíveis mudanças no curso programado.
A responsabilidade para que o objetivo seja alcançado é compartilhada entre todos os envolvidos, por isso é importante sair da zona de conforto. Tenha papel ativo nesse movimento de constante comunicação, busca de informações, autocrítica sobre a própria atuação e promova mudança de comportamento quando necessário.
Acredito que, ao sermos vigilantes sobre os processos que nos cercam, criamos a possibilidade de fomentar entre as pessoas o mesmo movimento e ser afetado positivamente por essa ação. Afinal de contas, a entrega é cíclica e antes dela acontecer, ocorreu uma tarefa anterior, mais outra e talvez outra.
*As opiniões aqui colocadas refletem a minha opinião pessoal e não necessariamente a opinião da Compass UOL.