Com o avanço irrefreável da transformação digital em todo o planeta, os termos design thinking, lean startup, Agile, Lean Innovation, IoT, tecnologias disruptivas e muitos outros invadiram e continuam invadindo (há cerca de três anos, mais fortemente) artigos, reportagens e apresentações em todo o mundo.
Serão buzzwords? Ou seja, fazem parte do time de palavras ou frases da moda, que se tornam populares por um determinado tempo? Não. Isso porque estão sustentadas por uma forte e imortal palavra: inovação. Esta, que é vital para a sobrevivência no mercado em franca transformação, rumo ao digital.
E quando o assunto é inovação, é preciso estar atento às movimentações globais para medir o tamanho do gap comparado às posições de diferentes economias do planeta com o objetivo de traçar estratégias que revertam quadros desfavoráveis.
De acordo com o Índice Global de Inovação (IGI) de 2018, publicado anualmente pela Universidade Cornell, INSEAD e Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), o Brasil conseguiu melhorar cinco posições no IGI e hoje ocupa o 64º lugar. Esse ranking de 126 países é divulgado anualmente por essas entidades internacionais em parceria com a CNI e o Sebrae.
Mas ainda assim, o Brasil está muito distante de conquistar a liderança da inovação na América Latina, que segue com o Chile na primeira posição regional. Entre os países latino-americanos, o Chile é o mais bem classificado, no 47º lugar do IGI. Ao menos, o 64º lugar brasileiro é o melhor do País desde 2014. Nos dois últimos anos, o Brasil ficou estagnado na 69ª posição.
Inovação em xeque
A inovação será fértil com a ajuda de um ambiente que estimule a criatividade, a integração e a colaboração. Não por acaso, muitas empresas derrubaram paredes e criaram espaços físicos sem barreiras, aproximando os times, impulsionando um turbilhão de ideias capazes de transformar negócios.
Além das tecnologias emergentes e transformações de layout, o cenário atual vive um coquetel providencial de gerações, capaz de abrilhantar os mais variados squads, compostos por grupos multidisciplinares, altamente criativos, com visão 360° – sumo valioso para inovação.
Temos os baby boomers (nascidos entre 1946 e 1964 na Europa, Estados Unidos, Canadá ou Austrália) e geração X (nascidos após os baby boomers). A vanguarda e o desenvolvimento tecnológico estão cada vez mais incluindo uma legião de jovens – como a geração Z (nascidos entre os anos de 1995 e 2010).
As gerações Y (milennials) e Z cresceram em um ambiente completamente diferente dos vividos por seus pais, com economia recessiva, ameaça de terrorismo global e escassez de recursos naturais. Elas são movidas por propósitos, muito além de números, e ambas têm um poder concentrado de influência sobre compras.
Já a geração Z tem um espírito completamente empreendedor, e por terem crescido em um ambiente completamente digital, valorizam as comunicações pessoais e as relações humanas, muito mais do que a geração Y. Todas essas gerações, juntas, a serviço da inovação.
Física é a resposta?
O bilionário Elon Musk, fundador da Tesla e da SpaceX, em entrevista ao TED Talks, quando questionado sobre o “ingrediente secreto” da sua brilhante capacidade de inovar ele respondeu: “É a física. Sabe, é o tipo de raciocínio com princípios básicos. O que eu quero dizer com isto é: traga as coisas para as suas verdades fundamentais e raciocine a partir daí, em oposição a raciocinar por analogia”.
Ele prosseguiu destacando que na maior parte do tempo, as pessoas raciocinam por analogia, que basicamente significa copiar o que as outras fazem com pequenas variações. “E você tem de fazer isso, caso contrário seria impossível viver o dia a dia. Mas quando você quer fazer algo novo, você tem de aplicar a abordagem da física. Física é, na verdade, imaginar como descobrir coisas novas que estão escondidas”.
Inovar não é uma escolha, é uma ação obrigatória para empresas que querem garantir posições no mercado hoje e no futuro que já chegou.