TI para iniciantes: um overview

Com quase 10 anos de experiência na área de TI, optei por escrever este artigo para os colegas que estão ingressando no mercado de trabalho ou estão em transição de carreira para o mundo da tecnologia, visando acessar os programas de bolsa e vagas de estágio e até mesmo trainees que buscam uma posição dentro ou fora da Compass UOL. 

Meu objetivo é compartilhar um pouco sobre as ramificações da área de TI e passar algumas dicas que pude perceber durante a minha experiência. 

Ao escolher realizar algum curso de tecnologia, você acaba se deparando com as opções abaixo. Explicarei um pouco melhor a diferença entre cada um deles: 

  • Sistemas de Informação: curso de bacharelado no qual é apresentada a parte técnica de desenvolvimento de software, também direcionado à gestão de serviços de TI e ao controle de negócios através de software. 
  • Ciência da Computação: curso de bacharelado focado diretamente na construção de software, oferecendo mais insumos para quem pretende seguir uma carreira mais técnica ou até mesmo acadêmica. 
  • Análise e Desenvolvimento de Sistemas: curso tecnólogo que visa a formação rápida de profissionais em tecnologia, oferecendo uma visão geral do desenvolvimento de software de forma mais objetiva. Com frequência, as pessoas que estão ingressando no mercado de TI iniciam por esse caminho e decidem qual bacharelado seguir durante o período do curso, tendo em vista que é possível reaproveitar matérias em Ciência da Computação e Sistemas de Informação. 
  • Engenharia da Computação: curso de bacharelado que, além da bagagem no desenvolvimento de software, também ensina a parte de construção de hardware. Costuma ser uma opção mais extensa e ter matérias obrigatórias a todas as engenharias. 

Ao escolher algum desses cursos, você já pode encontrar opções de vagas no mercado de trabalho, que podem variar conforme sua experiência, senioridade e seu preparo não só acadêmico, como com cursos, trilhas e certificações. Abaixo, apresento algumas das vagas mais encontradas: 

  • Desenvolvimento de software: área cujo objetivo é mergulhar na parte técnica. Profissionais de desenvolvimento não necessariamente atuam no produto final do negócio, podendo participar das fases de cyber segurança, sistemas internos, operações, entre outras áreas. Um bom desenvolvedor com soft skills como comunicação e inteligência emocional pode ter muitas oportunidades no mercado como um todo, já que esse perfil tende a ser mais introspectivo. 
  • Gestão de projetos de tecnologia: área menos técnica que, na maioria das vezes, não é responsável por entregáveis técnicos. Tem como objetivo conciliar todas as entregas de diversos focais de tecnologia para chegar a um objetivo estratégico final da organização, além de trazer a toda a equipe a sensação de pertencimento ao time e ajudar a identificar e resolver impedimentos. Nessa categoria, estão profissionais Scrum Master, de acordo com o framework Scrum. Para se trabalhar neste perfil, as soft skills são tão importantes quanto o conhecimento técnico: requer boa comunicação, bom relacionamento interpessoal, habilidade de conversar e transitar entre áreas e de organizar os entregáveis de cada parte para a entrega do todo. 
  • Negócios de TI: área responsável por identificar necessidades e oportunidades do negócio ou internas, relacionadas ao mercado e baseadas em dados. Ajuda a traçar objetivos estratégicos de acordo com o direcionamento da empresa e não necessariamente é voltada somente para produtos e para a parte funcional dos sistemas. Pode se tratar de produtos internos e objetivos que não impactam o cliente diretamente, como, por exemplo, ajudar na organização interna e na parte não funcional de sistemas. Esse perfil também requer comunicação, senso crítico para perceber o que o cliente enxerga de valor, boa comunicação e sensibilidade para entender o ponto de vista de cada setor sobre o produto, com liberdade para ter criatividade com um fundamento conciso para atingir o objetivo do time e da organização. 
  • QA/Testes: área de qualidade cujo objetivo é validar o que foi desenvolvido e está pronto para ser entregue. Esses testes nem sempre são feitos de forma manual, como testes funcionais. Há um mercado muito amplo para o desenvolvimento de testes e validações automatizadas, que acabam sendo muito mais performáticos e passando por cenários de testes muito mais ágeis quando comparando com o modelo manual. As oportunidades podem envolver bastante a parte técnica e exigir habilidades de desenvolvimento de software. É necessário entender bem o escopo do projeto/desenvolvimento a ser testado, por isso, requer boa comunicação e entendimento tanto da parte funcional quanto da técnica para testes automatizados. O perfil dessa área são pessoas com aptidão para a boa comunicação e desenvolvimento de código. 
  • Dados: área voltada tanto à coleta de interações do usuário na parte funcional como no armazenamento de informações dos clientes, dando a devida tratativa de acordo com as exigências e boas práticas, como as premissas para armazenamento de dados pessoais, cartão de crédito etc. Pode ter aplicabilidade mais próxima do cliente/usuário fornecendo insumos para a criação de campanhas e manutenção do engajamento no portal, como na criação de SGBDs (sistema de gerenciamento de bases de dados) e na arquitetura de armazenamento das informações. Aqui, podem existir diferentes tipos de perfis. Para quem gosta de estar mais próximo do negócio, há a possibilidade de trabalhar com Analytics, mapeando as interações do front-end e gerando insights, com a demanda por um perfil que tenha aptidão para análises estatísticas, conceitos de marketing etc. Há também a possibilidade de estar mais próximo de TI com relação à criação e ao armazenamento de bases de dados, que requer conhecimento de arquitetura e mecanismos de SGBDs e manutenção de servidores para subir bases de dados, que envolve a parte de Ops (operações e infraestrutura). 
  • Infraestrutura/Redes: profissionais responsáveis por fornecer toda a base para que a área de tecnologia possa atingir seus objetivos. São raros os casos em que estes profissionais interagem com o cliente, uma vez que são encarregados pelo suporte interno, configuração de redes internas, gestão de acessos e licenças e até o armazenamento em Cloud ou on-premises, através de servidores internos da organização, além de criar alertas para as aplicações, criar e gerenciar mecanismos de backup, gerar redundâncias para garantir um funcionamento 24×7 e sem interrupções e dar manutenção preventiva. A área é responsável por manter ambientes de teste e de produção sempre em funcionamento, portanto, pode ser uma vertente mais propensa a se trabalhar fora de horário comercial ou em horários alternativos, principalmente se tratando de grandes empresas e negócios com significativo impacto social. 

Indo um pouco além dos fundamentos acadêmicos e de educação formal, compartilho algumas dicas que costumo recomendar a quem está iniciando a carreira – e que são quase tão importantes quanto a educação que aprendemos com os estudos: 

  • Estude e procure evoluir suas soft skills, principalmente a inteligência emocional, o protagonismo e a comunicação independentemente da sua atuação, seja mais técnica ou não. 
  • Procure ter uma figura de mentoria na posição em que você deseja alcançar para que possa receber dicas sobre o que priorizar para se preparar de forma mais assertiva. 
  • Busque saber o macro e o contexto em que você está atuando, como estratégia da área, objetivos de negócio da empresa e planos futuros. É importante estar sempre ligado ao que está rolando no mercado como um todo e a maneira como o mundo está impactando sua profissão, seja na área de tecnologia ou não. Costumo pensar que a carreira que escolhemos para nós mesmos é a perspectiva através da qual começaremos a enxergar o mundo. 
  • Dê valor ao networking, converse com pessoas da área, coloque-se como uma pessoa comprometida e cerque-se de pessoas que promovam o seu crescimento pessoal e profissional. Seja curioso. 
  • Procure se organizar financeiramente para fazer cursos e sair da sua zona de conforto, ir a eventos e desenvolver habilidades além do que se aprende na faculdade e no trabalho. 
  • Avalie se a empresa está de acordo com os seus valores não só ao ingressar, mas também durante a sua experiência. Ética é um valor inegociável. 
  • Esteja atento. Grandes mudanças em organizações consolidadas que impactam muitas pessoas costumam levar mais tempo do que em empresas pequenas. É comum que as evoluções tecnológicas em grandes empresas sejam mais lentas e cautelosas, passando pelo crivo de mais colaboradores e com mais critérios no pipeline de entrega. 
  • Faça um plano e procure se manter disciplinado e resiliente ao seu objetivo. O caminho não é fácil, portanto, terão dias em que você estará mais ou menos sobrecarregado ou produtivo, ora o caminho estará claro, ora não estará. 
  • O aprendizado e domínio do inglês não é uma premissa, mas é muito importante e pode abrir muitas portas em sua carreira.

Gostou da solução? Nós podemos ajudar!

Conheça nossos conteúdos gratuitos, direcionados aos assuntos de sua preferência!

Enviar

Receba nosso conteúdo

Gostaria de receber de forma gratuita mais conteúdos sobre este ou outros assuntos? Preencha o formulário abaixo e receba nosso conteúdo gratuito!

Parabéns!

Você receberá nosso conteúdo em breve!

Atenção

Tivemos um problema com seu formulário, tente novamente.