Em um mundo onde as pessoas são movidas pelo ritmo acelerado (e estão mais conectadas do que nunca), a prática do trabalho excessivo se torna cada vez mais comum, pois a busca pelos resultados e satisfação profissional torna-se ponto importante para a realização pessoal e adequação na sociedade.
À medida que avançamos, somos confrontados com novas tecnologias, novas formas de comunicação e novas maneiras de se viver e trabalhar: tentamos sempre fazer mais e em menos tempo. Mas é importante questionar: a que custo? A carga excessiva de trabalho aumenta os níveis de estresse, diminui a produtividade, prejudica o sono e diminui o foco.
Outro aspecto frequentemente relacionado à jornada excessiva é o impacto nas relações interpessoais. O pouco tempo disponível para a família e amigos pode levar ao isolamento social e ao enfraquecimento dos vínculos pessoais, já que as relações saudáveis são essenciais para a saúde mental e emocional e o desequilíbrio entre vida profissional e pessoal pode prejudicar essas conexões importantes.
Os relacionamentos no local de trabalho também podem ser afetados. A falta de tempo para interações significativas com colegas pode criar um ambiente de trabalho menos colaborativo, pois não há tempo para trocas mais profundas.
A sobrecarga de trabalho não é apenas um problema de gerenciamento do tempo, mas também um desafio significativo para a saúde. O aumento dos níveis de estresse, uma consequência direta da jornada excessiva, pode ter efeitos prejudiciais no corpo e na mente. Além dos impactos na saúde física e mental, a produtividade também é afetada negativamente.
Segundo o Ministério da Saúde, quase três milhões de casos de doenças ocupacionais foram atendidos pelo SUS nos últimos 15 anos e a lista dessas doenças foi atualizada após 24 anos, com 165 novas patologias.
Investir em ações que incentivam a prática de uma jornada saudável e fornecer mecanismos de ação para que os colaboradores usufruam de melhor qualidade de vida tem sido o ponto forte de grandes empresas no quesito atratividade. Políticas de flexibilidade, como horários de trabalho adaptáveis e a opção de trabalho remoto, têm se mostrado eficazes em ajudar os funcionários a gerenciarem melhor suas responsabilidades profissionais e pessoais.
Além disso, programas de bem-estar corporativo, que incluem desde atividades físicas até suporte psicológico, são cada vez mais comuns. Empresas que investem na saúde e no bem-estar de seus funcionários não só melhoram a satisfação e a retenção de talentos, mas também promovem uma cultura organizacional mais saudável e produtiva.
Essas iniciativas mostram que é possível encontrar um equilíbrio entre eficiência e bem-estar, e que investir na qualidade de vida dos funcionários pode trazer benefícios concretos tanto para eles quanto para a organização como um todo.
Por fim, ao adotar práticas que promovem o bem-estar e a flexibilidade, as empresas podem não só melhorar a saúde e a satisfação dos seus funcionários, mas também fortalecer sua própria posição no mercado. Encontrar esse equilíbrio não é apenas uma questão de responsabilidade corporativa, mas uma estratégia inteligente para garantir um desempenho sustentável e uma força de trabalho engajada e saudável.
Investir em políticas que possibilitam uma jornada de trabalho equilibrada é essencial para o sucesso a longo prazo, tanto para as pessoas quanto para as organizações. Com o compromisso em criar ambientes de trabalho que respeitem e valorizem o bem-estar dos indivíduos, é possível alcançar um futuro em que produtividade e qualidade de vida caminham lado a lado.
*As opiniões aqui colocadas refletem a minha opinião pessoal e não necessariamente a opinião da Compass UOL.