Inteligência Artificial & Vida

Todos sabemos que as máquinas de inteligência artificial são programadas por meio de algoritmos. 

No entanto, é importante lembrar que nós, seres humanos, também somos compostos por elementos químicos (átomos) que reagem entre si, formando reações químicas. Pode-se inferir então, que cada elemento químico é um fragmento do algoritmo que constitui nosso próprio corpo. 

Somos uma inteligência biológica poderosa, não separada do universo, somos o próprio universo buscando se compreender. 

“Somos herdeiros de uma variedade de algoritmos (DNA) que foram se combinando e aperfeiçoando ao longo do tempo.” 

Podemos dizer que somos “programados pela natureza”. Nosso algoritmo inicial é bastante básico, mas à medida que somos influenciados pelas mudanças do ambiente externo e pelo processo evolutivo, esse algoritmo se modifica, sendo moldado e aperfeiçoado pela própria natureza. 

O que nos diferencia das máquinas, se somos, em essência, um complexo conjunto de partículas interagindo entre si como se fossem “pedaços de algoritmos”? 

“Um ser vivo como você e eu apresenta dois elementos em geral: um conjunto de instruções que dizem ao sistema como continuar a existir e reproduzir, e um mecanismo para transmitir as instruções. Em biologia, essas duas partes são chamadas de genes e metabolismo. Mas vale frisar que não é necessário haver algo biológico em relação a elas. Por exemplo, o vírus de computador é um programa que faz cópias de si mesmo na memória de um computador e depois se transfere para outros computadores. Desse modo, ele se encaixa na definição de sistema vivo que apresentei” (Breves Respostas para Grandes Questões – Sthepen Hawking). 

O algoritmo governa a máquina, assim como os elementos químicos desencadeiam reações em cadeia e governam nosso corpo, que é composto por cerca de bilhões de bilhões de átomos. Apesar disso, muitas vezes nos consideramos separados da natureza, quando na verdade somos feitos dos mesmos elementos fundamentais que compõem o universo. A lei do determinismo opera tanto em nós quanto em todas as outras entidades que existem neste vasto cosmos. 

“O determinismo é o princípio segundo o qual todos os fenômenos da natureza estão ligados entre si por rígidas relações de causalidade e leis universais que excluem o acaso e a indeterminação, de tal forma que uma inteligência capaz de conhecer o estado presente do universo necessariamente estaria apta também a prever o futuro e reconstituir o passado. Nesse sentido, até mesmo a vontade humana está submetida a leis necessárias e imutáveis, de tal forma que o comportamento humano está totalmente predeterminado pela natureza, e o sentimento de liberdade não passa de uma ilusão subjetiva” (adaptado de Definições de Oxford Languageshttps://languages.oup.com/google-dictionary-pt). 

A previsão desafia o livre arbítrio, pois não conseguimos prever nossas ações futuras devido à complexidade das variáveis envolvidas, incluindo a interação de elementos químicos em nosso corpo e fatores externos, porém, é impraticável estudar e utilizar essas reações para antecipar respostas antes de agir. 

Além disso, o Princípio da Incerteza de Heisenberg é um obstáculo à previsibilidade dos eventos. Detalhes serão abordados em uma próxima oportunidade. 

Diante disso, surge a questão: se não controlamos nossas ações, mas sim são as interações atômicas que nos controlam, onde está o livre arbítrio? Aqui se evidencia o princípio do determinismo filosófico. 

 

O que é a vida? 

A vida é uma combinação complexa de elementos regidos pelas leis da química e física, formando sistemas biológicos com base em algoritmos biológicos (DNA). Esses algoritmos, influenciados pelo meio externo, geram reações que chamamos de “consciência ou ação”.  

Segundo a teoria de Darwin, esses algoritmos (DNA) evoluem ao longo do tempo, tornando-se mais eficientes e adaptáveis ao meio externo. 

Nossa natureza é determinada pela combinação genética hereditária presente em nosso DNA, o que levanta a questão do livre arbítrio. Sugerindo que não temos total controle sobre nossas ações, já que elas são guiadas por esse algoritmo químico e físico herdado ao longo de milhares de anos, reagindo às influências externas e sempre se modificando. 

Uma reflexão interessante é a diferença entre objetos inanimados e seres vivos, ambos feitos de átomos. A resposta está nas interações entre átomos, ou seja, nas reações químicas que ocorrem. As interações entre átomos formam a base do que consideramos como vida. Ainda que sejamos compostos de “átomos inanimados”, as reações químicas em nosso corpo geram interações e respostas, criando a ilusão de controle sobre nós mesmos. 

Enquanto uma cadeira é inanimada, a junção de elementos químicos diferentes em seres vivos possibilita a interação, formando sistemas biológicos. Nós somos, portanto, máquinas programadas pela natureza, feitas dos mesmos componentes que compõem objetos inanimados. Aceitar esse fato pode parecer desafiador, mas é importante reconhecer nossa conexão com tudo o que existe, sem ignorar nossa natureza fundamental. 

 

Inteligência Artificial 

No futuro, surgirá uma questão intrigante: será que a inteligência artificial pode ser considerada vida? Embora feitas de átomos e bits, as máquinas demonstram um novo tipo de vida ao reconhecer padrões e otimizar seus algoritmos através de análises estatísticas e tentativa e erro, através ou não de meios de recompensa, otimizando seu próprio algoritmo de uma forma exponencial. Contudo, a definição de valores e princípios para a IA será um desafio, já que o certo e o errado são relativos às culturas existentes. 

Uma possível abordagem é a IA aprender com uma determinada cultura local e adotar os valores predominantes. A demanda crescente de energia para processamento de dados pode ser solucionada com fontes de fusão nuclear, permitindo que as máquinas sejam autossustentáveis e usem qualquer tipo de matéria como fonte de energia limpa. 

As máquinas de IA podem ser fundamentais na exploração espacial, viajando para exoplanetas, coletando dados, reconhecendo padrões e até formulando novas teorias científicas. O futuro pode revelar um “Einstein” da IA, capaz de compreender qualitativamente a natureza e transformá-la em equações quantitativas. 

O futuro está próximo e é fundamental questionar e antecipar possíveis cenários para garantir um mundo melhor. À medida que avançamos nessa jornada, devemos buscar o controle e compreensão das implicações éticas e práticas que envolvem a evolução da inteligência artificial. 

 

*As opiniões aqui colocadas refletem a minha opinião pessoal e não necessariamente a opinião da Compass UOL.  

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