Há um momento na carreira em que precisamos fazer o salto de líder técnico para gestor de equipe, momento este em que os desafios a serem superados passam a ser outros, sobrepondo-se à entrega do projeto em si e dizendo mais respeito à equipe que se está construindo. Quando damos esse passo na carreira, temos que desenvolver um novo conjunto de habilidades que nosso papel anterior não exigia e, por diversas vezes, inclusive colidia. E agora?
Por vezes, a segurança do conhecimento técnico nos faz olhar para trás e pensar: será que esse foi o caminho acertado? Estou efetivamente pronto para liderar? Não seria melhor seguir na função que já domino?
Gerir pessoas, capacidades, expectativas e, por vezes, frustrações, são tarefas difíceis por si só, principalmente quando ainda não temos prática.
Passamos grande parte da nossa vida profissional desenvolvendo e aperfeiçoando habilidades técnicas, focando nas entregas e comemorando conquistas que parecem mais facilmente mensuráveis: o aplicativo entregue, o contrato assinado, o valor faturado. Mas, com um novo desafio, não estamos necessariamente do outro lado da moeda, e sim agregando novos valores ao conjunto e expandindo nossas habilidades.
Temos que aprender a medir uma equipe motivada, ser líderes encorajadores, criar processos eficazes, trazer resultados para o projeto. E para que tudo isso aconteça sem sobrecarga, o caminho é compartilhar o conhecimento.
Ao dividir o que sabemos, multiplicamos as habilidades da equipe e conseguimos delegar com mais facilidade as atividades técnicas que antes realizávamos para ter mais tempo de focar no crescimento e na melhoria da equipe. Um gestor que não consegue respirar pela quantidade de trabalho acumulado é um gestor que não consegue analisar criticamente os pontos necessários para o crescimento da equipe.
Delegar as atividades técnicas é essencial para que o líder foque em novos desafios, podendo dedicar-se às necessidades do grupo como um todo, com uma visão macro do setor.
*As opiniões aqui colocadas refletem minha opinião pessoal e não necessariamente a opinião da Compass UOL.
