Uma das piores surpresas é quando alguém interpreta nossas palavras ou atitudes de forma diferente da intenção real. Ser mal interpretado pode afetar nossa imagem profissional e o relacionamento na equipe. A comunicação, apesar de parecer simples, é um desafio constante, pois devemos equalizar a mensagem (intenção) e o entendimento (impacto). Essa relação entre o que dizemos e o que a outra pessoa entende depende de diversos fatores pessoais e é subjetiva.
De acordo com uma pesquisa da Harvard Business Review, publicada em 2020 no HR Technologist, 69% dos gestores não se sentem à vontade para se comunicar com suas equipes. Já um estudo publicado em 2020 na Everyone Social revela que um terço dos colaboradores dos EUA acredita que a falta de comunicação aberta e honesta dentro da empresa afeta sua motivação. Ao mesmo tempo, a pesquisa mostra que a simples melhora na conexão entre os funcionários pode aumentar a produtividade em até 25%.
Diante desse desafio, uma ferramenta que se destaca ao auxiliar significativamente nesse processo é a Comunicação Não Violenta (CNV). A CNV é uma ferramenta valiosa para promover parceria e cooperação entre as pessoas, propondo o uso inteligente da empatia e cooperação para esclarecer sentimentos, necessidades, percepções e comunicar nossas intenções de forma positiva, priorizando o fortalecimento de laços e a continuidade de bons relacionamentos, tanto pessoais quanto profissionais.
A CNV se sustenta sobre quatro pilares que possuem o poder de mudar a relação entre as pessoas e aumentar a produtividade:
Observação – Focar nos fatos e deixar o julgamento de lado.
Sentimento – Entender os sentimentos por trás das observações cria mais empatia e abre um canal de comunicação direto e sincero entre as partes.
Necessidades – Entender quais necessidades estão por trás dos seus sentimentos e atitudes.
Pedido – Pedir ao invés de mandar. De forma clara e objetiva, usando sempre uma linguagem positiva.
Adotar os princípios da CNV não acontece da noite para o dia; é um processo de aprendizagem e deve ser praticado diariamente. Aos poucos, nos tornamos comunicadores flexíveis e mais empáticos. Não devemos deixar as emoções falarem mais alto do que a mensagem. Estar em um ambiente colaborativo, promovendo e valorizando a escuta, é fundamental.
Portanto, cabe a nós desenvolver treinamentos e conteúdos sobre a comunicação não violenta, incorporando o tema em nossa cultura. Aprender a se comunicar de maneira não violenta nos torna mais assertivos, permitindo o respeito às necessidades tanto dentro de nosso time quanto em relação aos demais times da organização.
*As opiniões aqui colocadas refletem minha opinião pessoal e não necessariamente a opinião da Compass UOL.